Por onde andam os Oceanógrafos?

Todo mundo tava esperando ansiosamente por mais um post, certo? Então bora matar a curiosidade sobre como andam as coisas na terra da Beth com o Augusto que está na Irlanda. Simbora negada!

 

PET – Qual seu nome?

Augusto – Augusto Freitas

PET – Em que semestre você estava antes de viajar?

Augusto – 5° semestre

PET – Você acha que os conhecimentos adquiridos foram úteis ao intercambio?

Augusto – Sem dúvida! Muito do que eu vi em algumas disciplinas na UFC e nas atividades do laboratório, vi também em algumas disciplinas que eu cursei aqui e isso de certa forma me deu uma vantagem além de ajudar a fixar o conhecimento que tinha adquirido aí.

PET – Você participava de algum projeto/bolsa/laboratório no Labomar?

Augusto – Fui bolsista de IC (Iniciação Científica) no Laboratório de Oceanografia Abiótica por cerca de 7 meses.

PET – Em que universidade/país você está? Porque escolheu essa universidade?

Augusto – Estou na University of Ulster, que fica na Irlanda do Norte (Reino Unido). Meu critério para escolher a universidade durante o processo de seleção se baseou mais na grade do curso do que no local da universidade em si. A University of Ulster foi a minha primeira escolha dentre as três universidades que podíamos selecionar e aqui estou cursando Ciências Marinhas. Eu fui alocado no 2° ano do curso, mas pude fazer algumas disciplinas do 3° e último ano.

PET – Foi difícil se acostumar a ter aulas em inglês (visto que os cursos de línguas do Brasil são mais voltados pra conversação do dia a dia)?

Augusto – Na primeira semana a adaptação foi um pouco complicada. O inglês da Irlanda do Norte é muito diferente de qualquer outro sotaque do inglês que eu já tinha ouvido e é bem mais difícil de entender também, mas depois dos primeiros mêses, deixou de ser um problema tão grande. Por outro lado, o que ajudou é que não tem outros brasileiros na universidade, com exceção de outra bolsista do Ciência sem Fronteiras. Por conta disso, acabamos tendo que falar inglês o tempo todo.

PET – Quais as cadeiras mais legais/diferentes que você está cursando?

Augusto – Das disciplinas que eu cursei aqui, não tive nenhuma muito diferente das que eu já cursei na UFC, mas acho que as que valeram mais a pena foram Natural Hazards (Desastres Naturais), GIS (SIG) e Marine Biology (Biologia Marinha). As duas últimas tiveram um foco muito grande na parte prática e acho que por isso valeram bastante a pena.

PET – Teve chance de embarcar?

Augusto – Sim! Porém não pela universidade. Tive a chance de fazer um curso indicado pelo coordenador do meu curso aqui e viajei para Cork, no sul da Irlanda. Passei dois dias embarcado em um cruzeiro oceanográfico equipado com vários laboratórios e todo tipo de instrumentação oceanográfica (tive a chance de aprender a usar vários desses equipamentos a bordo).

PET – Vai fazer estágio ou pesquisa supervisionada?

Augusto – Comecei meu estágio nessa semana, estou em uma empresa de consultoria ambiental do governo e no projeto em que estamos trabalhando, tentamos analisar as áreas mais vulnerábeis a impactos ambientais na foz do rio Lagan, em Belfast, caso ocorram vazamentos de petróleo. Eu terei bestante trabalho com GIS assim como alguns embarques.

PET – Você sofreu algum tipo de choque cultural?

Augusto – Tive alguns problemas para me adaptar nas primeiras semanas aqui. Não sabia cozinhar, nunca tinha feito mercantil e dificilmente fazia faxina em casa, mas aprendi logo. As pessoas aqui são extremamente amigáveis, a sensação de segurança é muito grande (por exemplo, posso caminhar numa rua deserta aqui à noite ouvindo música no celular, ou usar meu notebook num parque ou deixar minha câmera no banco do trem e ir ao banheiro, e nada acontece) e a qualidade de vida é muito alta (porque eles são muito despreocupados, nunca vi um irlandês reclamando de estresse). Creio que o choque cultural irá acontecer de fato quando eu retornar. Mas, dentre as coisas meio estranhas daqui tem a batata que é meio que o “arroz com feijão” dos irlandeses e o prato principal deles (acho que um dos poucos que são daqui mesmo e não de outra cultura) é o fish & chips (peixe, batata frita, ervilhas e molho). Mas eles comem chips com bife, lasanha, pizza, frango e com o que mais der pra misturar lol. Sem falar que algumas meninas daqui quando saem de noite pras festas, usam uma maquiagem laranja pra ‘parecerem’ bronzeadas e acabam parecendo Oompa Loompas! É muito estranho.

PET – Como está sendo a sua rotina?

Augusto – Tranquila, eu diria. A cidade onde eu moro é muito pequena, tudo fica perto e ainda tenho a vantagem de morar dentro do campus, o lado ruim é que aqui tudo fecha cedo. Quando dá 17h30 – 18h, as lojas fecham e a cidade fica deserta. Mesmo agora anoitecendo depois das 22h (ainda to me acostumando com isso lol). Meu ano acadêmico já terminou, mas antes disso, eu fazia três módulos por semestre e tinha poucas aulas durante a semana (aqui a carga horária de aula é muito menor que na UFC), mas por outro lado o número de trabalhos é bem maior e eles esperam que você estude muito por conta própria.

PET – A bolsa está sendo suficiente? Você teve a chance de viajar para outros países/cidades?

Augusto – Apesar do custo de vida no Reino Unido ser alto (e da comida normal ser absurdamente cara, se comparado ao Brasil), a bolsa que recebo dá pra suprir minhas necessidades sim. Como já falei, moro dentro do campus, então não tenho gastos com transporte e pelo fato da cidade onde moro ser pequena, o custo de vida é bem baixo se comparado a outras cidades do UK. E economizando a bolsa e os auxílios já deu pra viajar pra alguns países sim.

PET – Quais as principais diferenças entre os sistemas educacionais?

Augusto – Não sei se dá pra comparar e dizer qual o melhor sistema educacional, ambos têm seus pontos fortes e fracos. Mas eu diria que na UFC a base teórica que a gente recebe na graduação é, de longe, mais completa. O numero de disciplinas é maior e o tempo de duração do curso também. No entanto, a estrutura física que os alunos daqui têm a disposição (salas de aula, biblioteca, laboratórios, equipamentos para aulas de campo, etc.) é muito melhor.

PET – Você acha que as disciplinas que está fazendo ai vão ser úteis no rumo que você quer tomar dentro da oceanografia?

Augusto – Acho que as disciplinas que eu fiz aqui foram importantes e provavelmente serão úteis algum dia, mas talvez não exatamente dentro da oceanografia. Muitas das disciplinas que eu cursei eram do curso de ciências ambientais, e o conteúdo de algumas me pareceu um pouco abstrato (pelo menos se comparados com as cadeiras da nossa grade aí). Por exemplo, uma dessas disciplinas foi ‘desenvolvimento, meio ambiente e sociedade’ e quase todas as aulas eram focadas no uso de recursos naturais no Oriente Médio. Outra disciplina foi ‘planejamento ambiental’, mas os exemplos que o professor usava eram muito locais e baseados na legislação ambiental do Reino Unido. Mas no geral, tenho certeza que todas as disciplinas que eu fiz aqui serão úteis sim, mesmo enquanto eu ainda estiver no curso ou depois que eu me formar.

PET – Tem algum ponto negativo no intercâmbio?

Augusto – Acho que eu esperava mais opções de disciplinas, mas com 3 disciplinas por semestre (muitas parecidas às que eu já havia feito) e 3 anos de curso aqui, não tive muitas opções não. Mas com certeza não me decepcionei!

PET – Muito obrigada pela sua entrevista :D

Por onde andam os Oceanógrafos? ~Espanha

PET – Qual seu nome?

Jessyca – Jessyca Rios

PET – Em que semestre você estava antes de viajar?

Jessyca – 3° semestre

PET – Você acha que os conhecimentos adquiridos foram úteis ao intercâmbio?

Jessyca – Sim, as cadeiras foram úteis, apesar de que eu ainda estava no início do curso quando vim pra cá.

PET – Você acha que se você tivesse saído para o intercâmbio num semestre mais avançado teria sido melhor?

Jessyca – Sim, penso que teria sido melhor porque tive dificuldade com algumas cadeiras e com conhecimentos mais avançados eu poderia ter pego cadeiras mais diversificadas.

PET – Você participava de algum projeto/bolsa/laboratório no Labomar?

Jessyca – Sim. Era bolsista pelo PID de Monitoria em Oceanografia Biológica I e II.

PET – Em que universidade/país você está? Porque escolheu essa universidade?

Jessyca – Estudo na Universidade de Vigo, no norte da Espanha, o meu curso é de Ciências do Mar. Escolhi a universidade por ter uma das melhores faculdades de Ciências do Mar do país.

PET – Foi difícil se acostumar a ter aulas em espanhol? Você acha que a exigência de proficiência em espanhol é uma boa coisa?

Jessyca – Bom, quando cheguei aqui não falava nada de espanhol e no meu edital ainda não havia a exigência da proficiência. Foi um pouco duro no começo, mas logo você vai aprendendo no dia a dia e eu fiz um curso no primeiro semestre para aprender tempos verbais que é o que mais pega no espanhol. É bom ter uma noção do espanhol antes de vir pra cá, isso já ajuda muito, inclusive nas aulas. Mas eu não acho que o fato de não ter proficiência seja uma coisa prejudicial.

PET – Quais as cadeiras mais legais/diferentes que você está cursando?

Jessyca – As cadeiras mais diferentes são Instalações Marinhas e Economia de Recursos Marinhos.

PET – Teve chance de embarcar?

Jessyca – Sim! Tive a oportunidade de embarcar por três dias no Sarmiento de Gamboa (barco oceanográfico da Espanha) pra um projeto de Geociências Marinhas, em que foi realizado um fundeio no local, batimetria e coleta de sedimentos. Foi uma ótima experiência!

PET – Vai fazer estágio ou pesquisa supervisionada?

Jessyca – Sim, vou estagiar na área de Geociências Marinhas e Ordenamento de Território, participando das rotinas de laboratório e saídas de campo.

PET – Você sofreu algum tipo de choque cultural?

Jessyca – Sim. Me diziam que os espanhóis eram um pouco grossos e quando cheguei aqui percebi isso também, mas depois entendi o porquê. Uma vez, fui na polícia e o policial me disse “Sienta te!” e eu logo obedeci. Achei isso meio grosseiro e na hora me deu até um pouco de medo! Hehe… Mas depois eu aprendi que eles usam o imperativo pra tudo! E que usar o imperativo aqui não é ser grosso. Às vezes, se você pede algo com muita delicadeza, como “Puedes sentarse” pode soar como se você estivesse sendo irônico. Outra coisa diferente é a forma de se servir a comida, aqui eles servem o “menu del dia”, que é um prato de entrada, um prato principal, uma bebida, pão e sobremesa. No começo era estranho comer tudo isso! Dois pratos?! Imagina! Mas agora “me gusta”! hehe. Ah, outra coisa também que dizem por aqui é que “se você sai antes das 3 horas da madrugada na Espanha, você não sai pra festa, sai pra jantar!” Pois é, aqui quando a gente vai se divertir é sempre depois das 3! E por ai vai, mas logo eu compreendi e entrei no ritmo deles.

PET – Como está sendo a sua rotina?

Jessyca – A rotina aqui é diferente, estranhei mais principalmente quando cheguei. Tinha aula pela manhã e pela tarde, de segunda a quinta (geralmente muitos cursos só tem aulas até quinta porque muitos estudantes são de cidades vizinhas e no final de semana, voltam pras suas cidades). Pela noite, sempre havia um momento de integração entre os estudantes intercambistas, o que era muito legal, porque assim sempre estávamos em contato com gente do mundo todo. Ah, outra coisa que passou a fazer parte da rotina é preparar o almoço, porque uma coisa ruim aqui é que não tem Restaurante Universitário, então só fazendo a comida em casa pra economizar. Além disso, a Universidade oferece uma série de atividades extracurriculares como viagens e esportes que podem ser incluídos na rotina também.  Enfim, com exceção da vida acadêmica, não temos uma rotina concreta, a cada dia sempre tem uma coisa nova pra se fazer!

PET – A bolsa está sendo suficiente? Você teve a chance de viajar para outros países/cidades?

Jessyca – Sim, a bolsa é suficiente pra suprir as minhas necessidades e já deu pra fazer algumas viagens sim.

PET – Quais as principais diferenças entre os sistemas educacionais?

Jessyca – Bom, a principio não temos aquelas duas horas desgastantes de aula! Assim só temos uma hora de aula teórica, que são muito mais proveitosas e menos cansativas. Todas as disciplinas tem aulas teóricas, práticas e seminários. Os seminários são de duas horas e as práticas de quatro horas. Com relação ao método de avaliação daqui, ele é realizado através das notas dos seminários, das práticas e de alguns testes controles (que os professores podem fazer ou não) e uma única prova (que é realizada no fim do semestre sobre todo o assunto estudado). A média aqui é 5, então você tem que ter 5 em todas as notas pra que seja feita uma media ponderada. Caso não tenha uma das notas acima de 5, a pessoa é suspensa e vai direto pra prova final,  que só é realizada ao final do ano acadêmico. Eu particularmente não gosto muito desse método de avaliação e do estilo de algumas provas, porque às vezes os professores perguntam coisas especificas demais do assunto, deixando o básico mais de lado. Já quanto à infraestrutura, não tenho do que reclamar: todas as salas e laboratórios são muito bem equipados e há um respeito maior pelos alunos, nenhum professor falta ou chega atrasado.

Jéssyca, Thaysa e Marcus Vinicius ~alunos do curso de Oceanografia UFC

 PET – Você acha que as disciplinas que está fazendo ai vão ser úteis no rumo que você quer tomar dentro da oceanografia?

Jessyca – Acredito que sim, pois aqui eu procurei fazer as cadeiras que podiam ser aproveitadas no curso e que penso que sejam boas pra o desenvolvimento no curso quando voltar pro Brasil.

PET – Muito obrigada pela sua entrevista :D

Minicurso de Fotografia Científica!

E ai galera, como a repercussão do minicurso passado foi muito boa, resolvemos fazer um repeteco. Interessado? Só se inscrever no link a baixo e depois mandaremos uma confirmação pra vocês, mas se inscrevam logo, porque as vagas são limitadas! O minicurso será ministrado pela doutaranda em Ciências Marinhas Tropicais, Maria Cecília S. Colares, M.sc.

Link para inscrição: https://docs.google.com/forms/d/1pISAwqZXz3QAyVIWG4SWxE6RVVF1w-e9CqcRN5s6u8Q/viewform

Atenção: o valor de R$10,00 que deverá ser pago até o dia 23/09/13 pelos interessados, será devolvido, ou seja, essa taxa funciona como taxa simbólica para os presentes nos 2 dias de curso, como uma maneira de criar um vínculo com as inscritos.

 

 

III Semana de Ciências do Mar!

Atenção!

A III Semana de Ciências do Mar está chegando!

O evento ocorrerá nos dias 21, 22 e 23 de novembro, juntamente com os Encontros Universitários  de 2012, e contará com minicursos e palestras diariamente durante os três dias.
A III Semana de Ciências do Mar será realizada no Anfiteatro da Matemática – bloco 919 – Campus do Pici, salvo o minicurso de Matlab que ocorrer excepcionalmente no Laboratório de Informática do Instituto de Ciências do Mar.

Confira a programação e os mapas do evento.

Programação:

Programação - III Semana de Ciências do Mar (Clique na imagem para ampliar)

Mapas do evento:

Mapa- Pici - III Semana de Ciências do Mar (Clique na imagem para ampliar)

Mapa- Labomar - III Semana de Ciências do Mar (Clique na imagem para ampliar)

 

Novas vagas para o PET Oceanografia!

Nesta semana será lançado o edital de seleção para 05 (CINCO) novos bolsistas do PET.
PREPARE-SE!
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Veja o programa dos editais anteriores e os requisitos para o projeto.
Maiores detalhes acessem o link dos editais anteriores.
Venham fazer parte do nosso grupo!
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PROGRAMA Edital 02/2011
1. Deriva continental e tectônica de placas;
2. Províncias fisiográficas oceânicas;
3. Ciclo da água;
4. Ecologia de ecossistemas marinhos;
5. Fatores físicos e químicos que influenciam a vida no ambiente marinho;
6. Fotossíntese e produção primária e produção do fitoplacton nos oceanos; e
7. Volumetria e gravimetria aplicada a analise de água do mar.
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Download da versão completa: Edital PET N 2-Oceanografia 2011
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PROGRAMA edital 03/2012
1. Deriva continental e tectônica de placas;
2. Províncias fisiográficas oceânicas;
3. Ciclo da água;
4. Ecologia de ecossistemas marinhos;
5. Fotossíntese e produção primária nos oceanos;
6. Circulação Oceânica;
7. Interação Oceano Atmosfera
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Download da versão completa: Edital PET N 3-Oceanografia 2011
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O  formato da prova escrita constará de quatro questões discursivas, sorteadas de um rol de sete questões oriundas do programa da seleção.
A prova é eliminatória; a nota mínima para aprovação é 7,0 (sete).
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Projeto de Atuação do Candidato no Programa PET.
No projeto o candidato deverá expressar com suas palavras o que é o PET e quais são os seus objetivos, bem como propor 03 (três) atividades a serem realizadas pelo grupo PET no período de 01 (um) ano.
O projeto deve ter no máximo 2 (duas) páginas.
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Brasil estuda criar instituto nacional de oceanografia

Fonte: http://tinyurl.com/oceanogr

 

O governo está estudando criar um instituto ou centro nacional de oceanografia para coletar informações sobre a costa brasileira. A informação é do climatologista Carlos Nobre, do MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação).

“Estamos pensando no melhor formato, se será um centro ou instituto nacional temático nos moldes dos INCTs [Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia]. Ainda não sabemos como será, mas essa é uma das prioridades do governo”, disse Nobre nesta terça-feira durante a reunião magna da ABC (Academia Brasileira de Ciências), no Rio de Janeiro.

A novidade veio como resposta ao físico e oceanógrafo da USP Edmo Campos, que falou sobre a necessidade de pesquisas nacionais oceanográficas em um país que tem a maior costa do mundo e que planeja extrair petróleo do fundo do mar.

“Os engenheiros que estão projetando o pré-sal acham que o oceano é uma piscina sem movimento, que basta colocar uns tubos e extrairemos petróleo de camadas profundas. Mas não é assim”, disse Campos.

De acordo com o especialista, que é um dos 25 cientistas brasileiros membros do IPCC, o painel da ONU sobre o clima, faltam informações sobre o movimento do oceano na costa brasileira e sobre os impactos das mudanças climáticas nessa dinâmica. “Ter um grande instituto é a única forma de fazer pesquisa oceanográfica em escala nacional.”

“Sabemos que o Atlântico Sul está sofrendo alterações que podem se propagar aos demais oceanos. Mas não temos trabalhos de observação suficientes para compreender esse fenômeno”, disse Campos.

Já para a presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), a biomédica Helena Nader, a Marinha deve investir em pesquisas nacionais sobre o mar.

A SBPC e a ABC apoiam a proposta relatada pelo deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ) no Projeto de Lei 8.051/2010, que divide os royalties dos contratos de concessão do pré-sal entre o MCTI e a Marinha.

NAVIO

Edmo Campos, da USP, falou ainda sobre o Alpha Crucis, navio oceanográfico que deve chegar ao porto de Santos, em São Paulo, no próximo dia 10. O navio foi comprado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por US$ 11 milhões e tem capacidade para 20 pessoas.

Esse será o único navio nacional para pesquisas oceanográficas disponível no país. O anterior, batizado de professor Wladimir Besnard, sofreu um incêndio e foi inutilizado em 2008. “Estamos todos ansiosos pela chegada do Alpha Crucis e pelo início das pesquisas”, disse.

A história de um mar vazio

Big Fish Eat Little Fish – Pieter Bruegel, 1557
Não foi por acaso que Bruegel, pintor renascentista do século XVI, usou peixes em sua pintura “Peixe grande come peixe pequeno” para representar a autofagia socioeconômica da sociedade renascentista do continente europeu. Naquela época a zona costeira do Oceano Atlântico Norte era visivelmente farta em peixes de toda espécie, como mostra a obra de Bruegel. No entanto, segundo Callum Roberts, professor de conservação marinha da Universidade de York, Inglaterra e autor do livro “The unnatural history of the sea”, toda essa fartura já estava condenada pela pesca comercial cuja origem não é de agora, mas sim nascida e desenvolvida rapidamente em poucas décadas na virada do primeiro para o segundo milênio, entre os séculos X e XI. Até então, a sociedade medieval consumia principalmente peixes de água doce como esturjão, trutas, salmões e enguias que migravam ao longo dos rios, seguindo seus instintos reprodutivos. Com o aumento populacional e a expansão das cidades medievais, quase sempre localizadas às margens de rios com conexão com o mar (Londres/Tâmisa, Paris/Sena), a demanda por alimentos cresceu e os campos agrícolas naturalmente começaram a substituir as florestas e matas ciliares. Com isso foi preciso muito mais água doce para irrigação e para manter girando as rodas d’água dos moinhos de milho que se multiplicavam no continente europeu. Milhares de pequenas barragens foram construídas ao longo das bacias hidrográficas da Europa pelos próprios agricultores e proprietários de terras. A erosão das matas ciliares e a diminuição do fluxo de água provocou o acúmulo gradativo de sedimentos nos leitos dos rios. Houve assoreamento de locais de desova, perda de hábitats naturais de alimentação e refúgio, além da dificuldade para migrar, uma etapa fundamental do ciclo de vida dos peixes.Pra piorar as coisas, redes de pesca eram fixadas perpendicularmente ao curso dos rios capturando os peixes migradores em pleno período de reprodução. Sem políticas públicas para proteção dos estoques, sem manejo e regulamentação por defesos temporários ou criação de reservas de pesca, os estoques declinaram rapidamente e irreversivelmente a partir do século XI, o que levou a procura de fontes alternativas. E a única alternativa estava evidentemente… no mar.

Os primeiros registros arqueológicos de espinhas de bacalhau encontradas em poços medievais do interior da Inglaterra datam do início do século XI. Foi mais ou menos entre 1050 e 1100 que os peixes marinhos substituíram de vez os peixes de água doce, tornando-se cada vez mais frequentes na dieta da sociedade medieval. Os povos escandinavos (vikings) eram excelentes pescadores e no início passaram a fornecer peixes de alto mar para a dieta européia a preços bem baratos quando a pesca de água doce entrou em declínio. Cargas de bacalhau, halibuts, linguados de alto mar eram defumadas, secas e salgadas, e transportadas para atender os mercados da costa européia. Mesmo a aquicultura continental iniciada na França no fim do primeiro milênio para equilibrar a escassez dos estoques naturais acabou em abandono dos tanques de cultivo por conta da fartura e baixos preços dos peixes marinhos oriundos do Mar do Norte.

Ironicamente, se não fosse a descoberta do petróleo, hoje o maior vilão da contaminação atmosférica e das mudanças climáticas globais, talvez nós não veríamos mais nenhuma baleia ou foquinha sequer no Animal Planet. 

No entanto, ingleses, franceses, holandeses e espanhóis bascos logo aprenderam a pescar em suas águas costeiras e mais tarde, também passaram a se aventurar em águas distantes e profundas, competindo pelo comércio da pesca no Mar do Norte. Durante séculos a prática do arrasto de fundo com redes e porta e a pesca com espinhéis era praticada por barcos a vela. Os peixes eram mantidos frescos dentro de tanques de água renovável no porão por semanas até chegarem aos mercados portuários. A pesca, portanto, era limitada às condições de vento e marés e isso pelo menos mantinha protegida as populações em águas distantes e de navegação complicada. Em meados do século XIX a Revolução Industrial permitiu a construção de motores a vapor. Na Inglaterra, as locomotivas agilizaram o transporte de peixe fresco e até mesmo vivo dentro de vagões-tanque, expandindo para o interior do país o mercado de peixe marinho, antes restrito às cidades e vilas costeiras. Ao mesmo tempo, os barcos a vapor, agora não mais restritos às condições favoráveis de vento e marés, aumentaram o esforço e a capacidade pesqueira que se estendeu ainda mais para as regiões de dificil acesso pelos barcos de pesca movidos a vela até então, ampliando as zonas de pesca.

Mas muito antes, nos séculos que seguiram o ciclo dos descobrimentos (isto é Colombo, Cabral, etc) a voracidade e expansão do comércio pesqueiro da Europa iniciou um novo ciclo no Atlântico Noroeste. Os exploradores europeus financiados pelos seus reinos e mercadores mais abastados não vieram apenas a procura de ouro, pedras preciosas e madeira, como sempre aprendemos nos cursos de História. Vieram também atrás de peixes e sobretudo, mamíferos marinhos para atender o comércio de alimento e manter acesas suas lamparinas com óleo de baleia.

A baleia foi a primeira commodity da história do comércio global. A carne desses animais era salgada para consumo; a banha era usada na fritura e conservação dos alimentos; as barbatanas bucais eram usadas em armação de vestidos e espartilhos, que moldavam os corpos femininos asfixiados da corte européia; os intestinos davam o âmbar, o principal fixador de perfumes; toda a iluminação pública e doméstica nas capitais e vilas da Europa era feita a base de óleo de mamíferos marinhos, bem como a lubrificação de ferramentas e máquinas da Revolução Industrial. Ironicamente, se não fosse a descoberta do petróleo, hoje o maior vilão da contaminação atmosférica e das mudanças climáticas globais, talvez nós não veríamos mais nenhuma baleia ou foquinha sequer no Animal Planet. Só os seus esqueletos e pinturas expostas nos museus de história natural.

A caça baleeira começou nos séculos IX e X nos mares frios da Europa e da Escandinávia. Inicialmente era praticada somente na costa, tal era a abundância de baleias nas águas do Mar do Norte e a facilidade em avistá-las. O declínio das populações costeiras obrigou a caça a se aventurar em águas mais distantes e profundas, usando embarcações baleeiras adaptadas. Por volta do século XVI, quando o Brasil tinha acabado de ser descoberto, as baleias já eram raras nos mares da Europa e Escandinávia. As tentativas de descoberta de uma passagem pelo Oceano Ártico para acelerar o comércio entre a Europa e a China, na época o maior mercado de especiarias, sedas, peles e tudo o que interessava a sociedade européia de então, trouxe a notícia da fartura nos mares do Novo Mundo. Registros dos exploradores da época mencionam milhares de baleias em baías e fiordes do Atlântico Noroeste e do Oceano Ártico canadense, onde se concentravam para reproduzir.Centenas de barcos transportando hordas de caçadores para a Terra Nova chegavam da Europa entre os meses de abril e maio em busca de carne e banha de baleias e de pequenos mamíferos de fácil captura. Acampamentos provisórios de processamento de óleo de baleia na região, outrora restritos aos povoados vikings na Groenlândia, se multiplicaram na América do Norte ao lado das colônias de reprodução. Milhões de baleias e focas foram caçadas e suas banhas, couro e carne foram transportadas para a Europa entre os séculos XVI e XIX.

Além das baleias, a voracidade do comércio predador não perdeu tempo e encontrou novas alternativas de caça de mamíferos marinhos em ilhas oceânicas do Pacífico Norte e Sul, onde centenas de milhares de focas peleteiras se agrupavam nos períodos reprodutivos. Mais de 3 milhões de focas peleteiras foram mortas em menos de 10 anos entre 1790 e 1800 por caçadores russos e americanos para retirar a pele que eram vendidas ao preço equivalente a quase US$100 dólares por unidade para a alta costura do império chinês. Essa foi a herança do que fazem ainda hoje indústrias de pesca canadense e norueguesas que caçam cerca de 300 mil bebezinhos brancos de focas do Ártico para fazer casacos de pele (ver o artigo “E agora Brigite” nesse mesmo site).

As morsas do Ártico, aquelas focas bigodudas e dentuças, já eram caçadas não apenas pela banha e carne. O marfim das morsas era uma alternativa do marfim de elefante cujo comércio entre o norte da África e a Europa havia declinado vertiginosamente com a queda do Império Romano. O couro de morsa era considerado o melhor para fazer cordas e selas de cavalos. Uma boa morsa gorducha era “descascada” espiralmente como uma laranja, podendo render uma tira fina e continua de couro de quase 30 metros. No século XIX o couro de morsa era usado como correias do maquinário da Revolução Industrial e até como ponteira de tacos de sinuca.

Pior foi o destino da “vaca marinha”, um paquiderme herbívoro comedor de algas, do mesmo grupo do nosso peixe boi, só que gigantesco, chegando a medir 9 metros e pesar 10 toneladas (a “Steller sea cow”), quase do tamanho de uma baleia. Um animal dócil e pouco ágil, como uma vaca aquática lenta e abobada, fácil de ser capturada. Em 1741 o explorador russo Vitor Bering e sua tripulação faminta e atacada pelo escorbuto (falta de vitamina C) chegaram as ilhas Commander próxima da costa oeste da Rússia. Após meses de exploração pelo Pacifico Norte em busca de uma passagem para o Oceano Atlântico, mais tarde batizada de Estreito de Bering, encontraram nessas ilhas uma população de vacas marinhas. Há séculos o animal já vinha sendo capturada por nativos que habitavam as costas do Pacifico norte desde o Japão até a Califórnia. Hoje argumenta-se que além da caça, as florestas de algas kelps, seu habitat natural e principal fonte de alimento, foram roídas e dizimadas por ouriços do mar que se proliferavam aos milhões devido a caça de seu predador natural, a lontra do mar, pelos mesmos nativos. Portanto, devido ao efeito conjunto da pressão pela caça e a escassez de alimento, já estavam quase extintas em meados do século XVIII. Havia sobrado uma única população nas Ilhas Commander que, infelizmente, estavam na rota de Bering e sua tripulação faminta. A notícia da descoberta de uma animal cuja gordura produzia um óleo combustível que não fumaceava e nem fedia tanto quanto o óleo de baleia (i.é., era a gasolina “premium” da época) se espalhou entre os caçadores europeus que todos os anos caçavam centenas desses animais. Em 27 anos extinguiram a única colônia remanescente após séculos de declínio da população. Me arrisco a dizer que a vaca do mar talvez tenha sido a primeira vítima da extinção da megafauna marinha pelo homem.

Não só mamíferos e grandes peixes eram alvos da pesca no Novo Mundo. As ilhas caribeñas, como as Tortugas fantasiadas no filme Piratas do Caribe, não eram apenas reduto de corsários e condenados que lá concentravam seus saques e preparavam novos ataques aos navios mercantes. Também eram verdadeiros açougues de tartarugas. Todos os anos centenas de tartarugas eram capturadas nas praias e mantidas em currais improvisados nos porões dos navios por várias semanas sem água e alimento, como fonte de carne fresca durante as jornadas de pilhagem e travessias oceânicas. Além disso, os primeiros colonizadores das ilhas da América Central não tinham muita infraestrutura agrícola e dependiam da caça e pesca. Na Jamaica haviam cerca de 150 empregos dedicados exclusivamente à caça e comércio de tartarugas, geralmente fêmeas desovando. Entre 1688 e 1730 foram mortas cerca de 30 mil tartarugas todos os anos nas ilhas jamaicanas e exportadas para todas as colônias caribenhas. Cientistas atuais, com base em modelos ecológicos que consideram a capacidade suporte do ecossistema caribeño, estimaram que havia entre 50 e 100 milhões de tartarugas desovando no mar do Caribe antes da conquista pelos ingleses no século XVIII. Nas ilhas do Pacífico a mesma história se repetiu. Nas Galápagos, por exemplo, as tartarugas terrestres já estavam ameaçadas de extinção quando Darwin lá chegou a tempo de usá-las como um dos exemplos de sua teoria da evolução.

Em meados do século XVII o comércio global de pesca e caça marítima descobriu os estoques intocados do Atlântico Sul, especificamente nos mares frios da Patagônia. Enquanto os portugueses concentravam suas atividades de exploração de madeira, ouro, pedras preciosas e escravos africanos no Brasil Colônia, caçadores ingleses, holandeses passavam ao largo com um único objetivo: pescar e caçar mamíferos nos mares temperados do Atlântico Sul, espalhando-se rapidamente na direção das ilhas do Pacífico Sul. Os estoques mais remotos, o último a ser explorado já na segunda metade do século XIX devido a dificuldade de acesso, foram as focas do Oceano Antártico, porque os das ilhas do Pacífico e do Ártico já tinha ido pro pau há muito tempo.

“O que exatamente estamos protegendo com os movimentos conservacionistas, os defesos, as limitações de quotas, a criação de AMPs e outras medidas paliativas de gestão pesqueira?”
Não se iludam que o homem medieval e renascentista não era capazes de provocar os mesmos impactos ambientais que fazermos hoje. Peixes e a maioria da megafauna marinha vêem sendo caçados e ameaçados de extinção em função dessa história de exploração e comércio global séculos atrás, e não apenas nos dias de hoje como se pensa. Nossos tatara-tatara-tataravós não dispunham da tecnologia de sonar, barcos fábricas, redes gigantescas e os espinhéis quilométricos que temos hoje. Mesmo assim, provocaram o maior declínio de estoques globais de recursos vivos marinhos que se tem notícia. Nossa visão de que a indústria moderna da pesca oceânica foi capaz de exterminar nos últimos 100 anos cerca de 90% dos estoques pesqueiros mundiais é destorcida. Na verdade acabou com 90% do que havia sobrado no início do século XX após o início da pesca comercial na Idade Média. Hoje quando vemos uma tartaruga nadando ou algumas poucas baleias em Abrolhos, fazemos um auê!! e gastamos todos nossos megabytes nas fotos de um ou outro rabo de jubarte.A capacidade de predação do ser homem é insuperável. Após ter acabado de exterminar a maior parte da megafauna terrestre lá atrás no período neolítico, chegara a vez da megafauna marinha. Nos 1000 anos entre a Idade Média e o começo do século XIX a população mundial de baleias, focas, morsas e elefantes marinhos já estava reduzida a cerca de 10% dos estoques anteriores ao “antropoceno”.

Portanto, eu cada vez mais me pergunto: o que exatamente estamos protegendo com os movimentos conservacionistas, os defesos, as limitações de quotas, a criação de AMPs e outras medidas paliativas de gestão pesqueira? O que sobrou depois de séculos de exploração nos Oceanos de todo o planeta? Se for assim, precisamos fazer mais do que apenas lutar pela conservação da vida marinha que restou. Precisamos recuperar pelo menos parte do que já se perdeu e resgatar um pouco da biodiversidade marinha que nos foi legada pela natureza. Esse é o nosso maior desafio.

Fonte: OECO

Olimpíada Nacional de Oceanografia – III ONO

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A Oceanografia no Brasil é considerada uma ciência recente e que vem experimentando franca expansão. Apesar, de termos sido colonizados através da zona costeira, onde se estabeleceram os primeiros núcleos habitacionais, e ainda por ser nessa região que vive mais de 60% da população brasileira, o conhecimento dos ambientes marinhos e costeiros e seus recursos não vinha merecido a devida atenção por parte do Governo Brasileiro, nem mesmo pelas diferentes unidades da federação. Até meados dos anos 90 eram raras as Universidades brasileiras que vinham atuando nessa área de conhecimento de forma efetiva, as quais desconsideravam quase que por completo a formação de profissionais de nível superior para atuar nessa área. Até o ano de 1999 havia no Brasil somente 3 cursos de graduação em Oceanografia. Da mesma forma, atualmente, são poucas as instituições governamentais nacionais que vêm atuando de forma clara e permanente na exploração e proteção desse importante ecossistema. A mentalidade marítima, muito presente até mesmo nos dias de hoje nos países que colonizaram o Brasil (Portugal e Espanha), encontra-se ausente nos mais importantes segmentos da população nacional, inclusive, em importantes centros históricos e culturais do litoral brasileiro.

As escolas, tanto de ensino fundamental como médio, não trabalham o tema “oceanografia” em seus planos curriculares, apenas tópicos pincelados de matérias clássicas da educação, em atendimento aos Planos Curriculares Nacionais – PCNs/MEC. Apesar da importância que o mar tem para um país, como o Brasil que detém uma das mais extensas costas e maiores áreas em mar territorial, detentor de uma imensidade de riquezas naturais, sua população não tem acesso nem é incentivada a conhecê-lo.

Por outro lado, por parte da formação e atuação profissional, a Oceanografia vem experimentando uma rápida e merecida valorização, como pode ser avaliado pela implantação de novos cursos de graduação, que aumentaram de três para treze, num período de somente doze (12) anos. No âmbito governamental, importantes ações conquistaram a incorporação da Zona Econômica Exclusiva – ZEE ao mar territorial brasileiro nesta última década, além de mais de 2/3 da Plataforma Estendida pleiteada na ocasião junto à ONO, área em que o Brasil tem o potencial de explorar importantes recursos vivos e não vivos. Prova disso é a criação por parte do Governo Federal doa Ministério da Pesca e Aquicultura (antes Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca), bem como a abertura da exploração de petróleo e gás natural no mar brasileiro à iniciativa privada.

Existe ainda uma grande lacuna, no ensino básico e na educação informal do povo brasileiro, principalmente a parcela que vive em zonas litorâneas e muitas vezes se sustenta com atividades voltadas ao mar. Neste sentido apresenta-se a proposta de continuidade Olimpíada Nacional de Oceanografia – III ONO, timidamente implantada em 2006 e com consideráveis melhorias e grande aumento de público em 2008 e que, acreditamos, possa suprir algumas demandas históricas apresentadas por esta importante área de conhecimento. Acredita-se que o rápido crescimento que a Oceanografia vem presenciando, especialmente na última década, possa ser acelerado com o estabelecimento de um importante instrumento e/ou estratégia que visa ampliar o conhecimento e inserção do mar brasileiro ao cotidiano nacional, especialmente junto ao público jovem que num futuro próximo será o responsável e gestor deste imenso patrimônio Nacional.

Nesta edição da ONO de âmbito Nacional, espera-se contar com a participação muito maior de escolas e alunos, obtendo-se o envolvimento próximo a 10.000 alunos do ensino fundamental 8o. e 9º. anos (7a e 8 a séries) e médio de todo o Brasil, o que deverá promover uma considerável socialização do conhecimento do mar brasileiro nas cidades especialmente litorâneas.

Fonte: AOCEANO