Por onde andam os Oceanógrafos? ~Espanha

PET – Qual seu nome?

Jessyca – Jessyca Rios

PET – Em que semestre você estava antes de viajar?

Jessyca – 3° semestre

PET – Você acha que os conhecimentos adquiridos foram úteis ao intercâmbio?

Jessyca – Sim, as cadeiras foram úteis, apesar de que eu ainda estava no início do curso quando vim pra cá.

PET – Você acha que se você tivesse saído para o intercâmbio num semestre mais avançado teria sido melhor?

Jessyca – Sim, penso que teria sido melhor porque tive dificuldade com algumas cadeiras e com conhecimentos mais avançados eu poderia ter pego cadeiras mais diversificadas.

PET – Você participava de algum projeto/bolsa/laboratório no Labomar?

Jessyca – Sim. Era bolsista pelo PID de Monitoria em Oceanografia Biológica I e II.

PET – Em que universidade/país você está? Porque escolheu essa universidade?

Jessyca – Estudo na Universidade de Vigo, no norte da Espanha, o meu curso é de Ciências do Mar. Escolhi a universidade por ter uma das melhores faculdades de Ciências do Mar do país.

PET – Foi difícil se acostumar a ter aulas em espanhol? Você acha que a exigência de proficiência em espanhol é uma boa coisa?

Jessyca – Bom, quando cheguei aqui não falava nada de espanhol e no meu edital ainda não havia a exigência da proficiência. Foi um pouco duro no começo, mas logo você vai aprendendo no dia a dia e eu fiz um curso no primeiro semestre para aprender tempos verbais que é o que mais pega no espanhol. É bom ter uma noção do espanhol antes de vir pra cá, isso já ajuda muito, inclusive nas aulas. Mas eu não acho que o fato de não ter proficiência seja uma coisa prejudicial.

PET – Quais as cadeiras mais legais/diferentes que você está cursando?

Jessyca – As cadeiras mais diferentes são Instalações Marinhas e Economia de Recursos Marinhos.

PET – Teve chance de embarcar?

Jessyca – Sim! Tive a oportunidade de embarcar por três dias no Sarmiento de Gamboa (barco oceanográfico da Espanha) pra um projeto de Geociências Marinhas, em que foi realizado um fundeio no local, batimetria e coleta de sedimentos. Foi uma ótima experiência!

PET – Vai fazer estágio ou pesquisa supervisionada?

Jessyca – Sim, vou estagiar na área de Geociências Marinhas e Ordenamento de Território, participando das rotinas de laboratório e saídas de campo.

PET – Você sofreu algum tipo de choque cultural?

Jessyca – Sim. Me diziam que os espanhóis eram um pouco grossos e quando cheguei aqui percebi isso também, mas depois entendi o porquê. Uma vez, fui na polícia e o policial me disse “Sienta te!” e eu logo obedeci. Achei isso meio grosseiro e na hora me deu até um pouco de medo! Hehe… Mas depois eu aprendi que eles usam o imperativo pra tudo! E que usar o imperativo aqui não é ser grosso. Às vezes, se você pede algo com muita delicadeza, como “Puedes sentarse” pode soar como se você estivesse sendo irônico. Outra coisa diferente é a forma de se servir a comida, aqui eles servem o “menu del dia”, que é um prato de entrada, um prato principal, uma bebida, pão e sobremesa. No começo era estranho comer tudo isso! Dois pratos?! Imagina! Mas agora “me gusta”! hehe. Ah, outra coisa também que dizem por aqui é que “se você sai antes das 3 horas da madrugada na Espanha, você não sai pra festa, sai pra jantar!” Pois é, aqui quando a gente vai se divertir é sempre depois das 3! E por ai vai, mas logo eu compreendi e entrei no ritmo deles.

PET – Como está sendo a sua rotina?

Jessyca – A rotina aqui é diferente, estranhei mais principalmente quando cheguei. Tinha aula pela manhã e pela tarde, de segunda a quinta (geralmente muitos cursos só tem aulas até quinta porque muitos estudantes são de cidades vizinhas e no final de semana, voltam pras suas cidades). Pela noite, sempre havia um momento de integração entre os estudantes intercambistas, o que era muito legal, porque assim sempre estávamos em contato com gente do mundo todo. Ah, outra coisa que passou a fazer parte da rotina é preparar o almoço, porque uma coisa ruim aqui é que não tem Restaurante Universitário, então só fazendo a comida em casa pra economizar. Além disso, a Universidade oferece uma série de atividades extracurriculares como viagens e esportes que podem ser incluídos na rotina também.  Enfim, com exceção da vida acadêmica, não temos uma rotina concreta, a cada dia sempre tem uma coisa nova pra se fazer!

PET – A bolsa está sendo suficiente? Você teve a chance de viajar para outros países/cidades?

Jessyca – Sim, a bolsa é suficiente pra suprir as minhas necessidades e já deu pra fazer algumas viagens sim.

PET – Quais as principais diferenças entre os sistemas educacionais?

Jessyca – Bom, a principio não temos aquelas duas horas desgastantes de aula! Assim só temos uma hora de aula teórica, que são muito mais proveitosas e menos cansativas. Todas as disciplinas tem aulas teóricas, práticas e seminários. Os seminários são de duas horas e as práticas de quatro horas. Com relação ao método de avaliação daqui, ele é realizado através das notas dos seminários, das práticas e de alguns testes controles (que os professores podem fazer ou não) e uma única prova (que é realizada no fim do semestre sobre todo o assunto estudado). A média aqui é 5, então você tem que ter 5 em todas as notas pra que seja feita uma media ponderada. Caso não tenha uma das notas acima de 5, a pessoa é suspensa e vai direto pra prova final,  que só é realizada ao final do ano acadêmico. Eu particularmente não gosto muito desse método de avaliação e do estilo de algumas provas, porque às vezes os professores perguntam coisas especificas demais do assunto, deixando o básico mais de lado. Já quanto à infraestrutura, não tenho do que reclamar: todas as salas e laboratórios são muito bem equipados e há um respeito maior pelos alunos, nenhum professor falta ou chega atrasado.

Jéssyca, Thaysa e Marcus Vinicius ~alunos do curso de Oceanografia UFC

 PET – Você acha que as disciplinas que está fazendo ai vão ser úteis no rumo que você quer tomar dentro da oceanografia?

Jessyca – Acredito que sim, pois aqui eu procurei fazer as cadeiras que podiam ser aproveitadas no curso e que penso que sejam boas pra o desenvolvimento no curso quando voltar pro Brasil.

PET – Muito obrigada pela sua entrevista :D

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